domingo, 11 de maio de 2014

O triste Dia das Mães ao lado do filho na UTI do hospital Varela Santiago em Natal RN

Dulce Leide acompanha em Natal o tratamento de um dos filhos, diagnosticado com câncer raro 

 

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Carolina Souza
acw.souza@gmail.com

     A dona de casa Dulce Leide Sabino, natural de Currais Novos, é uma das inúmeras mulheres que, por ocasião da vida, não poderão passar o Dia das Mães da melhor forma possível: perto dos filhos. Aos 31 anos, hoje a sua atenção está voltada apenas para Luanderson Eduardo Sabino, um dos seus quatro filhos que foi diagnosticado com câncer. O dia-a-dia no Hospital Varela Santiago, em Natal, impede que a data seja comemorada em família, “como ocorre todos os anos”.
   “Há mais de um mês que não vejo meus outros três filhos. Sei que Luanderson precisa da minha presença aqui, no Hospital, e jamais ficaria longe dele. Mas tudo o que eu mais queria hoje era passar o Dia das Mães com todos os meus filhos. Quem é mãe sabe o verdadeiro significado de saudade”, disse. “Ter os filhos longe, sem poder abraçá-los, é o que mais me dói neste momento”, afirmou.
Luanderson Eduardo foi diagnosticado em fevereiro deste ano com um câncer raro, localizado entre os rins e o fígado. O tumor foi retirado e a criança, com apenas quatro anos, está em processo de recuperação. “Nunca imaginei que veria um dos meus filhos nessa situação. Mas, sinceramente, não tenho receios. Ele é forte, está respondendo muito bem ao tratamento e sei que sairá daqui correndo, falando o que ele sabe que mais me agrada: mãe, te amo muito”, disse, emocionada.
Todos os anos Dulce Leide disse que comemora o Dia das Mães em casa, ao lado dos quatro filhos. “Meu esposo vai para a casa da mãe dele e eu fico com os meninos, sozinha. Acho que é o único dia no ano que eu tenho exclusivamente para eles. Por isso este ano está sendo tão difícil. Meu maior presente seria passar o Dia das Mães com todos os meus filhos”.

Mãe de UTI

     Câncer em um filho, ou em qualquer pessoa da família, afeta, em maior ou menos grau, todos os membros da família. “Mas a mãe é quem mais sofre”, disse Dulce Leide, ao contar sua história como uma ‘Mãe de UTI’. Geralmente, o termo Mãe de UTI é utilizado para casos de mães que tem os seus bebês prematuros ou com saúde fraca, precisando deixá-los em cuidado nas Unidades de Terapia Intensiva nas unidades de Neonatal. Entretanto, segundo Dulce, ‘a sensação de ver o filho doente e não poder fazer nada por ele’ é a mesma em todos os casos. “Passei 10 dias na UTI quando Luanderson apresentou os primeiros sinais de câncer e vi o que muitas outras mães passam diariamente, sem poder fazer nada pelos filhos. Já que eu não posso passar o Dia das Mães em casa com todos os meus filhos, faria um único pedido, se pudesse”, contou Dulce, interrompendo a reportagem. Perguntada sobre qual seria esse pedido, ela disse: “que Deus não permitisse que as crianças sofressem. Cada um vai entender e vivenciar o câncer do parente dependendo do tipo de vínculo que tem com o paciente. Nós, mães, somos quem mais sofrem. Nesse Dia das Mães, desejo que muitas das mães de UTI recebam alta dos hospitais com os seus filhos. Já pensou que belo presente? Deve ser a mesma sensação de ver o filho nascendo de novo”.


Fonte: Jornal de Hoje

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